A pandemia de Covid-19 trouxe muitos desafios para a sociedade, especialmente para a área da educação. Professores, gestores, funcionários e estudantes tiveram que se adaptar a novas formas de ensinar e aprender, enfrentando dificuldades como falta de infraestrutura, acesso à internet, recursos pedagógicos, apoio emocional, entre outros. Esses fatores contribuíram para o agravamento da saúde mental e do bem-estar dos profissionais da educação e estudantes, que passaram a sofrer com estresse, ansiedade, depressão, burnout, isolamento social, baixa autoestima, desmotivação, entre outros problemas.
Dados e evidências
Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Lemann, o Itaú Social e o Imaginable Futures, em parceria com o Instituto Península, 50% dos professores da rede pública brasileira relataram ter sofrido algum problema de saúde mental durante a pandemia, sendo que 29% afirmaram ter desenvolvido algum transtorno psicológico. Além disso, 83% dos professores se sentiram mais cansados, 82% mais estressados, 69% mais tristes e 67% mais ansiosos do que antes da pandemia. A pesquisa também revelou que 76% dos professores se sentiram despreparados para o ensino remoto, 61% tiveram dificuldades para se comunicar com os alunos e 59% não receberam apoio emocional de suas escolas.
Os estudantes também foram afetados pela pandemia, tanto do ponto de vista acadêmico quanto emocional. Uma pesquisa realizada pela Unicef, em parceria com o Cenpec e o Instituto Claro, mostrou que 28% dos estudantes do ensino médio da rede pública brasileira abandonaram ou pensaram em abandonar os estudos durante a pandemia, sendo que 49% deles alegaram falta de motivação. A pesquisa também apontou que 46% dos estudantes se sentiram tristes ou deprimidos, 38% se sentiram sozinhos, 34% se sentiram ansiosos e 18% se sentiram com raiva durante a pandemia. Além disso, 54% dos estudantes relataram ter dificuldades para se concentrar nas atividades escolares, 52% tiveram problemas para acessar as aulas online e 40% não receberam apoio pedagógico de suas escolas.
Ações e recomendações
Diante desse cenário, é urgente que sejam tomadas medidas para proteger e promover a saúde mental e o bem-estar dos profissionais da educação e estudantes, pois eles são essenciais para o desenvolvimento do país. Algumas ações que podem ser implementadas são:
– Oferecer formação e acompanhamento para os profissionais da educação sobre como lidar com o ensino remoto, híbrido ou presencial, respeitando as normas sanitárias e as necessidades de cada contexto.
– Disponibilizar recursos tecnológicos, materiais e financeiros para garantir o acesso à educação de qualidade para todos os estudantes, independentemente de sua localização, condição socioeconômica ou deficiência.
– Criar espaços de escuta, acolhimento e orientação para os profissionais da educação e estudantes, oferecendo suporte psicológico, social e emocional, bem como encaminhamento para serviços especializados quando necessário.
– Estimular a participação e o protagonismo dos profissionais da educação e estudantes nas decisões sobre a educação, valorizando suas vozes, opiniões, experiências e demandas.
– Promover a integração e a colaboração entre os profissionais da educação, estudantes, famílias e comunidades, fortalecendo os vínculos afetivos, sociais e pedagógicos.
– Reconhecer e valorizar o trabalho dos profissionais da educação, oferecendo condições dignas de trabalho, salário, carreira e reconhecimento social.
– Incentivar e reconhecer o esforço e o aprendizado dos estudantes, oferecendo feedback, orientação, incentivo e reconhecimento acadêmico.
Conclusão
Em suma, a saúde mental e o bem-estar dos profissionais da educação e estudantes são fundamentais para a qualidade da educação e para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e sustentável. Por isso, é preciso que todos os envolvidos na educação se unam para enfrentar os desafios impostos pela pandemia e para garantir o direito à educação de todos.
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